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Reprodução / Internet |
Na coluna de quarta-feira noticiei que o nome do senador pernambucano
Armando Monteiro Neto (PTB) teria entrado nas especulações da mídia nacional
como alternativa para presidente da República numa eventual vacância do cargo
com a renúncia do presidente Temer. Em sua coluna de ontem, a jornalista Teresa
Cruvinel foi mais fundo na questão. Disse que, nas conversas subterrâneas e
cada vez mais ostensivas, o nome do senador e ex-ministro Armando Monteiro
Neto, que é do PTB, pode fazer diferença.
“Isso porque, diz ela, nestas prospecções, vai ganhando força a ideia de
que o nome do “indireto”, a ser chancelado por meio de um grande acordo
partidário, não pode ser nem do PMDB, nem do PT e nem do PSDB. Para ser um
presidente de transição e união, que conduza o barco até 2018 com uma razoável
redução dos conflitos, o candidato não deveria ser parte do contencioso que
levou o País à crise atual”.
“O PMDB, prossegue a jornalista, não tem nomes mesmo, mas de todo modo é
o partido de Temer, que será afastado, espera-se, pelo TSE. Contra ele volta-se
o ressentimento do PT e o repúdio de toda a esquerda. O PT é o partido da
presidente deposta pelo golpe, a quem o PSDB, através de Aécio Neves, depois de
ter perdido a eleição de 2014, fez cerrada oposição, após jurar que não a
deixaria governar. Realmente, entre estes três não há nome que seja de
pacificação”.
Por este critério, Tasso Jereissati estaria rifado. Em reunião com a
bancada da Câmara, a primeira desde que assumiu a direção do partido, Tasso foi
muito enfático ao descartar seu próprio nome. A suposição de que os tucanos
estão tramando a eleição de um dos seus tem deixado os peemedebistas irritados
e raivosos, ao ponto de lavarem roupa suja com tão pouca cerimônia, como
fizeram na tribuna do Senado os senadores Renan Soares e Romero Jucá. Renan
praticamente queimou os navios na relação com o Governo e está cada vez mais
próximo dos tucanos.
Na busca de um nome que não seja tucano, peemedebista ou petista é que
se chegou ao nome de Armando Monteiro Neto, a favor de quem um colega senador
enumera as seguintes vantagens: Ele é do PTB, partido neutro na relação com os
três grandes contendores. É empresário, ex-presidente da CNI, com largo
trânsito e apoio no mundo empresarial. Foi ministro de Dilma Rousseff, a
quem foi fiel no curso do impeachment, e isso lhe rende simpatias do PT.
Dialoga com Lula e com FHC.
Contra Armando Monteiro ou contra Tasso Jereissati, entretanto, pesa
outra questão. Ambos são senadores, e na Câmara tem gente dizendo que o
“indireto” tem que sair da Casa. São 513 deputados e apenas 81 senadores. O
detalhe é que para ser eleito o sujeito terá que ter a maioria absoluta dos
votos, metade mais um, em cada casa do Congresso. Assim como ocorre na
apreciação de vetos, a vitória em uma Casa nada vale se houver derrota na
outra. Então, não adianta a Câmara impor o nome de um deputado. Se ele não
passar pelo Senado, nada feito.
O nome da Câmara todo mundo sabe qual. É Rodrigo Maia, que segundo a
Constituição, como segundo na linha sucessória atual, assumirá a Presidência
quando Temer cair e convocará o pleito indireto para dentro de no máximo 30
dias. Mais tem a seu favor o bom trânsito com as correntes partidárias,
inclusive na oposição. Tem contra si a citação em uma lista da Lava Jato. Um de
seus aliados destaca outro aspecto: como ele já será presidente interino, se
eleito, seu mandato será de continuidade. O País será poupado de uma
presidência faz-de-conta por 30 dias, que não se ocupará de nada senão da
eleição. Pode ser, mas será preciso saber também isso, se o interino pode
concorrer.
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